Nas semanas anteriores vimos dois tipos de títulos públicos sem cupom, o primeiro é pré-fixado (LTN – Letra Tesouro Nacional) e o segundo é pós-fixado (LFT – Letra Financeira do Tesouro). Além desses dois há um terceiro tipo de título também sem cupom chamado NTN-B Principal (Notas do Tesouro Nacional, série B) que é composto por uma parcela de juros pré-fixado e definido no momento da compra e outra parcela vinculada ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)*, Esta remuneração pré-fixada deve ser entendida como ganho real, afinal, o título pagará uma quantidade de juros acima da inflação medida pelo IPCA no período do título.
*O IPCA é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o índice oficial do Brasil para o plano de metas de inflação.
Por se tratar de um título zero cupom, o pagamento do principal e dos juros é realizado em uma única parcela, na data de vencimento do título.
O Preço Unitário representa o preço de compra do título. O Valor de Resgate é o preço de venda e este valor incorpora a variação do IPCA e os juros reais do período. Para obter o valor da taxa de rentabilidade basta utilizar o conceito de valor futuro/valor presente e converter o resultado da taxa em % ao ano.
Para facilitar, diariamente no site do Tesouro Direto são informados tanto o preço do título quanto o juros reais ao ano acima do IPCA.
Sempre é importante lembrar que o preço do título flutua em função das condições do mercado, das expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros futuras e do próprio IPCA, ou seja:
- Um aumento na taxa de juros de mercado em relação à taxa que o título foi comprado tende a provocar uma queda no preço da NTN-B principal.
- Enquanto uma diminuição na taxa de juros poderá elevar o preço do título.
Apesar do aumento da inflação o gráfico acima mostra a queda da cotação da NTN-B Principal com vencimento em 15/maio/2035. Esse fenômeno pode ser explicado pela expectativa de aumento da taxa SELIC para frear a inflação e, dado o longo prazo de vencimento do título, as oscilações das cotações no curto prazo tendem a ser mais severas para os títulos mais longos (a rentabilidade da tabela abaixo demonstra bem isso).
Todas as quartas-feiras o Tesouro Nacional recompra o título com base em seu valor de mercado.